A VIDA NÃO É VITALÍCIA ou AO MEU AMIGO PADRE
Fiz um amigo padre. Conheci tantos padres em minha
juventude, quando era católico praticante, e contei intimidades no confessionário
que não contei a mais ninguém nunca. Nem ao psicólogo. Mas nunca tivera um
amigo padre.
Hoje já não creio. Mas não posso deixar de admirar a força
de um espírito que abre mão dos prazeres deste mundo por acreditar em outro
(alguns prazeres: talvez tenha sido sábia a decisão de renunciar às mulheres e
ficar com o vinho; trata-se de escolha mais longeva).
Eu, de minha parte, busco ser um ser humano decente, ajudar
quem eu posso ajudar, e cultivo um nebuloso amor pela humanidade, genérico e
absolutamente inútil.
Sei que temos que chorar e enterrar nossos mortos, e celebrar
nascimentos e casamentos com alegria de alma. Casamentos (de todos os tipos)
são parte importante da vida; e, como ela, temporários. Não poderia ser de
outra maneira, pois nem a vida é vitalícia.
Não sinto necessidade de religião para isso. Talvez apenas
em dias em que não sei por que. Mas, para estes dias é que servem os amigos.
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