Monday, December 01, 2014

A VIDA NÃO É VITALÍCIA ou AO MEU AMIGO PADRE


Fiz um amigo padre. Conheci tantos padres em minha juventude, quando era católico praticante, e contei intimidades no confessionário que não contei a mais ninguém nunca. Nem ao psicólogo. Mas nunca tivera um amigo padre.

Hoje já não creio. Mas não posso deixar de admirar a força de um espírito que abre mão dos prazeres deste mundo por acreditar em outro (alguns prazeres: talvez tenha sido sábia a decisão de renunciar às mulheres e ficar com o vinho; trata-se de escolha mais longeva).

Eu, de minha parte, busco ser um ser humano decente, ajudar quem eu posso ajudar, e cultivo um nebuloso amor pela humanidade, genérico e absolutamente inútil.

Sei que temos que chorar e enterrar nossos mortos, e celebrar nascimentos e casamentos com alegria de alma. Casamentos (de todos os tipos) são parte importante da vida; e, como ela, temporários. Não poderia ser de outra maneira, pois nem a vida é vitalícia.


Não sinto necessidade de religião para isso. Talvez apenas em dias em que não sei por que. Mas, para estes dias é que servem os amigos.

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